UM "PEDACINHO" DE PELAS MARGENS DO PARÁ

Aquela parte da estrada era a mais empoeirada. Quando o carro diminuía a velocidade, todos ficavam cobertos de terra em pó. Passou o dedo no rosto e sentiu que já estava bastante sujo. Olhou a mochila que estava com um lado da alça arrebentada, segurou com mais força no banco de madeira em que estava sentada, sentiu que o galho de uma árvore encostou levemente de raspão em suas costas, lembrou por um instante, que tinha um trabalho para apresentar na escola, aquele frio na barriga, deu sinal que ficara mais forte. Apresentar seminário em sala de aula era assustador. Ela já estava no final do ensino fundamental, mas ainda não estava acostumada a falar na frente de um monte de gente. Por mais que estudasse o assunto até decorar as palavras, na hora “h”, esquecia, dava o famoso branco. Pensou consigo “Não sei por que o professor inventa esse tipo de trabalho, diz Ele que é pra gente perder a vergonha, às vezes acho que ele faz isso pra me deixar desesperada, tomara que esse dia já termine”..................